Retrato “3x4” da Feijoada: o caldinho-de-feijão
A receita mais perfeita que conheço é facílima: o seu próprio feijão. Faça-o como sempre. E pronto! Metade do caminho vencido. Lembre-se, porém, que o charme do caldinho está no sabor que lhe emprestam as carnes salgadas, o toucinho de fumeiro, o paio e, claro, o refogado final.
Agora, é só o trabalho de transformá-lo em caldinho, engenharia que as vovós dominavam como ninguém e que você, intuitivamente, haverá de desenrolar com facilidade.
Preparo: retire as carnes, reservando-as para, se quiser, desfiá-las e, ao final, adicioná-las ao caldinho, tornando-o mais “substancioso”. Há quem processe o feijão apenas no liquidificador. Outros, vão além e passam o creme resultante na peneira, o que torna o caldo mais uniforme, menos “granulado”.
Sirva em copos ou canequinhas, enfeitando-o com cubinhos de toucinho fumeiro e alho picado bem fritinhos, crocantes. Complemente com salsa e cebolinha bem batidinhas. Há quem ponha queijo (ralado ou em pedaços). Não gosto muito.
Acredito, por experiência, que um quilo de feijão (o preto é tradição, mas o jalo, muito usado em Minas, dá um caldo diferente, avermelhado...uma coisa!) sirva 20 pessoas “educadinhas”, claro.
Só há um risco: ninguém dar bola para o seu churrasco.
2 comentários:
Meu caro Ricardo, me diga se esse caldinho eh moda nova [ultimos 15 anos], pois eu NUNCA tinha visto isso ser servido em lugar nenhum nos meus anos de Brasil. Agora vi, eh claro, em todos os restaurantes brejeiros--desses que fazem comidinha caseira, mineira, da roça. Achei super gostoso, com pimenta! :-)
bjs,
Fezoca,
O caldinho de feijão é coisa antiga, de boteco de subúrbio. Daqueles que a gente ia há 20/30 anos atrás, pela fama.
Um exemplo, é o Rei do Feijão, em Caxias, que é um município colado com o Rio. O Januário, dono da casa, fez fortuna vendendo feijoada e servia um caldinho esperto.
Nos últimos anos, virou uma febre nos pseudos botecos-modernosos. Mas é coisa antiga. E, claro, "tem" que levar pimenta.
Abraços.
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